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domingo, 15 de fevereiro de 2015

GOVERNO DESISTE DE USINAS NA AMAZÔNIA





Brasília -

O perfil das usinas cadastradas para o próximo leilão de energia, marcado para 30 de abril, reflete a crescente dependência da geração térmica para suprir a demanda nacional. E também escancara uma realidade que atormenta o governo e o planejamento do setor elétrico: a incapacidade de licitar grandes projetos hidrelétricos na Amazônia.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recebeu inscrições de 91 projetos de novas usinas para o leilão conhecido como "A-5", modalidade usada para contratar empreendimentos que entrarão em operação daqui a cinco anos. Desse total, apenas sete são hidrelétricas - nenhuma delas na Amazônia.

Anualmente, a EPE prepara o chamado Plano Decenal de Energia, documento que lista os projetos de energia que deverão entrar em operação nos próximos dez anos. Até dois anos atrás, o planejamento previa pelo menos sete grandes hidrelétricas para a Amazônia, empreendimentos que ultrapassam 13 mil MW de potência e tinham previsão de serem viabilizados até 2020. No plano decenal deste ano, restou apenas uma dessas usinas na lista, a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Rio Tapajós. Sem licença ambiental, São Luiz ficou de fora do leilão de abril.

"Colocamos no leilão os projetos que têm condições de realmente participar do leilão, apesar de só Itaocara ter licença neste momento", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, à reportagem.

"Estamos entrando com outras fontes. Temos visto que as usinas térmicas são importantes para compensar as outras fontes variáveis, como eólica, solar e a própria hídrica. O importante é que o suprimento não será afetado. Vamos diversificar mais a matriz elétrica, mas o abastecimento está garantido", acrescentou.

O leilão "A-5" é o que tem o maior prazo para construção, usado justamente para viabilizar obras complexas e de grande porte. Não é o que se vê na lista dos projetos hidrelétricos que pediram habilitação à EPE.

Muito longe da Amazônia, é no Paraná que se concentram quatro candidatas ao leilão: as hidrelétricas de Apertados e Ercilândia, no Rio Piquiri; e de Telêmaco Borba e Tibagi Montante, no Rio Tibagi. As outras três usinas estão previstas para Minas Gerais (Davinópolis), Tocantins (Perdida 2) e Rio de Janeiro (Itaocara).

Para complicar ainda mais a situação, apenas o projeto fluminense de Itaocara tem, neste momento, licença prévia ambiental - documento obrigatório para qualquer hidrelétrica que queira participar de um leilão de energia. A menos de três meses para a realização da concorrência, são pequenas, portanto, as possibilidades de esses projetos estarem prontos a tempo de entrar no leilão.

A frustração da geração hidrelétrica fica ainda mais evidente quando verificada a potência total oferecida por esses empreendimentos. Se as sete usinas fossem contratadas em abril - hipótese difícil de ocorrer -, o leilão somaria apenas 649 megawatts (MW) de geração hidrelétrica.

Isso é praticamente a potência de uma única turbina de Belo Monte, a mega-hidrelétrica em construção no Rio Xingu, no Pará, no coração da Amazônia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.











quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

INAUGURAÇÃO DA CASA DE RECICLAGEM

EM BREVE.



domingo, 21 de setembro de 2014

ÁGUA COMÉRCIO GLOBAL



12 de maio de 2014 Notícias 0537

A crise global da água e a mercantilização de abastecimento de água do mundo


ESQUEMAS DE TUBOS


Os corsários de água estão agora também as suas atenções para a exportação em massa de água bruta por diversão, por oleodutos e pelo superpetroleiro. Entregas petroleiro modificados já ocorrem em determinadas regiões que estão dispostos a pagar o dólar superior para a água em caráter de emergência. Barcaças transportar cargas de água doce para as ilhas das Bahamas e petroleiros fornecer água para o Japão, Taiwan e Coréia. A Turquia está se preparando para vender sua água por enviá-lo em navios petroleiros convertidos e, através do gasoduto do Rio Manavgat a Chipre, Malta, Líbia, Israel, Grécia e Egito.

No verão de 2000, Israel iniciou negociações para comprar mais de 13 bilhões de galões de água por ano a partir de Turquia; os navios já são amarrados a enormes estações flutuantes amarela dois quilômetros da costa, aguardando ordens de entrega. Companhia de água da Turquia diz que tem as bombas e canos para exportar 4-8 vezes esse valor.

UE novo plano para lidar com as secas


Para lidar com as secas nos países do sul da Europa, a Comissão Europeia está a estudar a possibilidade de recorrer a fontes de países ricos em água, como a Áustria. Se os seus planos para criar uma rede europeia de água são realizados, água Alpine poderia ser fluindo para a Espanha ou a Grécia, em vez de reservatórios de Viena, dentro de uma década. "Isso significa que, em teoria, nós poderíamos fornecer todos na União Europeia, todos os 370 milhões deles", declara Herbert Schroefelbauer, vice-presidente da Verbund, a maior concessionária de energia elétrica do país. Um gasoduto de alta tecnologia já transporta água de nascente qualidade dos Alpes austríacos para Viena, e da proposta de alargar este sistema a outros países está criando grande desconforto entre ambientalistas da Áustria, que alertam para o dano maior parte das exportações poderia ter sobre o ecossistema sensível dos Alpes.

Gerard Mestrallet de Suez Lyonnaise está planejando outro-este tempo Canal de Suez na Europa. Ele anunciou sua intenção de construir um aqueduto de 160 quilômetros gigante para transportar água do rio Rhone através da França para a capital da Catalunha, em Barcelona.



Para atender à crescente crise de água na Inglaterra, alguns líderes políticos e empresariais estão chamando para as exportações de grande escala de água da Escócia, em cisternas e pipeline. Já, várias empresas britânicas estão explorando a possibilidade de exportação de água e um empresário escocês disse ao The Scotsmail que empresas escocesas também estão interessados. Para complicar as sensibilidades políticas é o fato de que a Escócia tem ainda um sistema de água de propriedade pública, enquanto a água britânico é gerido por empresas privatizadas. Ironicamente, algumas dessas empresas têm sido morna para as exportações porque a escassez de água na Inglaterra tem mantido os preços e os lucros altos.

Professor George Flemming, da Universidade de Strathclyde afirma que seria relativamente simples de estender dutos e hidrovias naturais já existentes entre o norte da Escócia e Edimburgo a Londres e outras partes da Inglaterra. No entanto, o apoio à soberania água na Escócia é forte. Quando a autoridade de água da Escócia, West of Scotland Água, soou publicamente um plano para vender a água excedente para Espanha, Marrocos e no Oriente Médio, a reação do público foi obrigado a recuar. Ainda assim, muitos vêem esta relutância como temporária. Flemming acredita que a Inglaterra e País de Gales estão ficando sem água por causa do aquecimento global e que são inevitáveis ​​as importações de água bruta.

Austrália planos de exportação de água


Na Austrália, Estados Internacional da Água garantiu o contrato do sistema de água de Adelaide (localizado no sul da Austrália) e desenvolveu um plano de 1 5 anos para exportar suas águas para outros países para a fabricação de software de computador e irrigação. As empresas nacionais não foram autorizados a concorrer a este contrato, pois pensava-se que uma grande transnacional aumentaria o valor das exportações de água, agora deverá estar na faixa de $ 628,000,000.

Desenvolvimento de Tecnologia para o transporte de água bruta


Várias empresas de todo o mundo estão desenvolvendo uma tecnologia em que grandes quantidades de água doce seria carregado em enormes sacos lacrados e rebocados através do oceano para a venda. O Nordic Sociedade de Abastecimento de Água em Oslo, Noruega, assinou um contrato para entregar 7 milhões de metros cúbicos de água por ano, em sacos para o norte de Chipre.
Waterbag no reboque

Cantil pegar para armazenamento

Cantil nova geração


Durante a Guerra do Golfo, a Operação Tempestade no Deserto utilizados sacos de água para abastecimento de água às suas tropas.

Aquário Água Trading and Transportation Ltd. da Inglaterra e da Grécia já começou as primeiras entregas comerciais de água doce por sacos de poliuretano, rebocados como barcaças através de cursos de água. A empresa, cujos investidores corporativos incluem Suez Lyonnaise des Eaux, fornece água para as ilhas gregas, onde um sistema de tubulação liga o saco para o abastecimento de água principal da ilha. Aquarius prevê que o mercado em breve ultrapassará 200 milhões de toneladas métricas por ano. Frota saco da empresa consiste em oito sacos de 720 toneladas e duas versões de 2.000 toneladas. As maiores bolsas prender dois milhões de litros de água cada. Aquário terminou a pesquisa e desenvolvimento em sacos de dez vezes maior e está procurando o investimento de capital para produzi-los. A empresa tem seus olhos postos em Israel, e diz ter o interesse de vários grandes companhias de água.

Planos da América do Norte


Em nenhum lugar são sonhos para o comércio de água tão grande quanto eles estão na América do Norte. Todos os anos, os planos para desviar grandes quantidades de água canadense para áreas com escassez de água dos Estados Unidos, na Ásia e no Oriente Médio por meio de cisternas, encanamento, ou reencaminhamento dos sistemas fluviais naturais, são criadas apenas para ser fechada pelo protesto público . Um dos maiores projetos propostos desvio foi chamado o Grande Canal, o Grande Reciclagem e Desenvolvimento do Norte Canal. Originalmente chamado para a construção de um dique através James Bay, na foz do Hudson Bay (ambos agora ao norte de fluxo) para criar um reservatório de água doce gigante de James Bay e os vinte rios que correm para ele. Uma série enorme de diques, canais, barragens, usinas e eclusas, desviar essa água a uma taxa de 62 mil litros por segundo por um canal de 167 quilômetros a Georgian Bay, onde seria liberado através dos Grandes Lagos e levado para os EUA Sun Belt.

O NAWAPA-the North American Water and Power Aliança era um esquema similar. O plano original previa a construção de um grande número de grandes barragens para prender os rios Yukon, Paz e Liard em um reservatório gigante que inundaria um décimo de British Columbia para criar um canal do Alasca à do estado de Washington e abastecimento de água através de canais e tubulações existentes de trinta e cinco Estados americanos. O volume desviado seria mais ou menos equivalente à descarga total anual média do Rio São Lourenço.

No início dos anos um 990s, um consórcio chamado Água Multinacional e Power Inc. gasto 500.000 dólares promovendo o desvio de água do Thompson River North (um afluente do rio Fraser) no sistema do Rio Columbia para entrega por oleoduto para a Califórnia.

Na última década, esses projetos foram discretamente tirar apoio novamente a partir da comunidade de negócios no Canadá. Em 1991, a revista canadense banqueiro disse que a exportação de água iria se tornar um multi-milionário negócio "O conceito de NAWAPA ... continua a ser um catalisador potencialmente espantosa da mudança econômica e ambiental."

No mesmo ano, a revista Relatório OH Negócios afirmou que "a poluição, o crescimento da população e da cruzada ambiental são esperados para colocar uma enorme pressão sobre a oferta mundial de água doce ao longo dos próximos dez anos. Algumas das maiores empresas de engenharia do Canadá estão se preparando para o dia em que a água é movido ao redor do mundo, como óleo ou trigo ou de madeira ... O que será importante é que tem o direito de vendê-lo para o maior lance. "

Desert Política


Enquanto isso, os moradores de regiões com escassez de água continuam a viver em negação. Em um artigo de julho de 1998 para The Atlantic Monthly intitulado "Desert Política", o escritor Robert Kaplan observa a fé cega das pessoas que vivem no deserto do Arizona acreditando que alguma solução mágica para a sua falta de água vai se manifestar enquanto Id continuar a construir em uma área nunca quis habitat humano nesses números. Ele observa que, mais do que

800 mil pessoas vivem em maior Tucson sozinho e quatro milhões no Arizona, um aumento de dez vezes em 70 anos. De acordo com Wade Graham da revista Harper, o desenvolvimento municipal em Phoenix está ocorrendo a uma taxa de um hectare a cada hora. Kaplan escreve:

"Talvez, como alguns engenheiros visionários pensam, a salvação do Sudoeste virá em última análise, a partir dessa vastidão shivery de molhado, esponja verde para o norte do Canadá. Neste cenário de uma rede de novas barragens, reservatórios, túneis e iria fornecer água do Yukon e British Columbia para a fronteira mexicana, enquanto um canal gigante traria água Hudson Bay dessalinizada de Quebec para o Meio-Oeste americano, e superpetroleiros levaria água glacial da costa da Colúmbia Britânica para o sul da Califórnia, tudo para suportar uma rede ampliada de vagens, multiétnicas pós-urbanas pulsando com a atividade econômica ".

CANADÁ E ALASKA: OPEC de água!


A chamada para a exportação de água por superpetroleiro está esquentando novamente no Canadá, após um período de calmaria de alguns anos. Na Colúmbia Britânica, um número de empresas exportadoras como a Western Canada Water, Snow Cap Água, White Bear Recursos Hídricos e multinacionais já estavam alinhados para o negócio quando o governo proibiu a exportação de água a granel em 1993 Um projeto foi envolver a Texas empresa está preparada para pagar por uma frota de 12 a 16 dos maiores superpetroleiros do mundo (500 mil toneladas de porte bruto) para operar em torno do relógio. Sob um contrato, o volume anual de água a ser enviado para a Califórnia era o equivalente ao consumo anual total de água da cidade de Vancouver.

O governo da Colúmbia Britânica que tomou a decisão de proibir a exportação de água a granel é politicamente comprometido com esta posição; porém futuros governos em BC pode facilmente reverter essa política, a abertura de uma comporta de propostas de exportação. Especialista em água canadense Richard Bocking explica que as mesmas empresas que transportam óleo e água, em alguns casos, o esvaziamento de óleo em uma perna da viagem, e levando para casa a água na viagem de retorno

"Exportação de água a partir da costa BC envolveria enormes superpetroleiros , ano de funcionamento em horários apertados. Eles abrem caminho através de canais costeiros tortuosos, manobrando em torno de ilhas e recifes em uma área onde não existe um sistema de gestão do tráfego marítimo bem desenvolvido. Há correntes de marés fortes e muitas vezes turbulentas em enseadas onde os ventos de inverno muitas vezes atingem velocidades ferozes.

"Esses enormes petroleiros iria viajar através de águas que estão entre o mundo melhor para a náutica de recreio e pesca. Pods de orcas mover regularmente por essas águas. Junto com as pescarias comerciais e esportivas, gerando por quase toda a indústria de ostra comercial de litoral BC está localizado aqui. Os enormes tanques de combustível de superpetroleiros são cheios de combustível de bancas C, o pior grau possível de óleo em termos ambientais. Com correntes, ventos, rochas e recifes de interseção com horários navio apertado, está montado o palco para a tragédia em grande escala. "

Nos últimos anos, duas outras províncias canadenses receberam aplicações corporativas para permitir a exportação de água a granel para o lucro comercial. Na primavera de 1998, o Ministério do Meio Ambiente de Ontário aprovou um plano pelo Grupo Nova exportar milhões de litros de água do Lago Superior por meio de cisternas para a Ásia . No entanto, a província mais tarde revogou a concessão, após protestos da Joint Commission International; (Então) secretária de Estado Madeleine Albright, que afirmou que os Estados Unidos haviam compartilhado jurisdição sobre o Lago Superior; e do público, principalmente aqueles que vivem na região dos Grandes Lagos do Canadá e dos Estados Unidos. O outro aplicativo, um pedido para exportar 52 bilhões de litros de água por ano a partir de pura Gisborne Lake no deserto de Terra Nova, parecia pronto para receber o sinal verde, dada as recentes declarações feitas pelo novo primeiro-ministro da Terra Nova, Roger Grimes. A empresa, McCurdy Grupo de Newfoundland, planeja lançar a água para o Oriente Médio pelo superpetroleiro.

Ouro Azul


Jornais e publicações de negócios estão se intensificando o debate. Em fevereiro de 1999, o National Post do Canadá chamado água "ouro azul" e exigiu que o governo "abrir a torneira". Seu colunista de negócios, Terence Corcoran, adicionou combustível para o fogo "O Canadá é um futuro OPEP de água. Aqui é uma aposta que vale a pena a longo prazo, até 2010, o Canadá será exportar grandes quantidades de água doce para os EUA, e mais por meio de cisternas para as nações ressecados em todo o globo.

"A questão não é saber se a exportar, mas quanto dinheiro o governo federal e as províncias será capaz de extrair de embarques de água enormes. Em vez de resistir à idéia de exportação de água, no Canadá vai acabar lutando para dirigir o WWET, o Tratado de Exportação Mundial da Água, assinado em 2006 por 25 países com vastas reservas de água. Usando o modelo da Opep, eles vão tentar cartelizar a oferta mundial de água e elevar o preço para cima. "Conselho editorial do The Calgary Heraid concordou," O Canadá tem uma abundância de água doce, assim também as exportações comerciais começar. "

No entanto, o Canadá não é a única região rica em água sendo olhos pelas empresas transnacionais. A empresa canadense, a Global Water Corporation, assinou um acordo com a Sitka, no Alasca, para exportar 18 bilhões de galões (58 bilhões de litros) por ano de água da geleira para a China, onde é para ser engarrafado em uma das "zonas de livre comércio" daquele país para economizar em custos de trabalho. Embora o folheto da empresa reconhece que há uma grave crise de água na China, que atrai investidores "para colher a oportunidade acelerando ... como fontes tradicionais de água em todo o mundo tornam-se progressivamente esgotado e degradado" e lamenta o fato de que o governo de British Columbia, em Canadá colocou uma proibição de exportação de água a granel.

A empresa agora está envolvida em uma "aliança estratégica para planejar uma estratégia internacional para mover a água a nível mundial em caminhões-tanque" com as empresas Signet, uma empresa de transporte marítimo internacional com sede em Houston, Texas. Signet tem se empenhado no movimento de massa de água desde 1986, quando ambos oeste do Canadá Água e seu antecessor contratou a empresa de envio para o "design, desenvolvimento, análise e implementação de um sistema de transporte de água internacional." Como explica Global, "A água passou de ser um bem infinito que pode ser dado como certo para uma necessidade racionada que pode ser tomado à força ".

Alaska Água para Exportar


Mas global é apenas uma das muitas empresas com interesses na água do Alasca. Alaska tornou-se a primeira jurisdição do mundo a permitir a exportação comercial de água bruta . O Ataska Business Monthly afirma sem rodeios: "Todo mundo concorda água tem potencial século 21 como uma exportação do Alasca, e as comunidades de Annette Island para as Ilhas Aleutas estão pensando em ligar a torneira." O jornal relata que uma empresa com sede em Washington começou a enviar cidade a água da torneira do Alasca em barcaças para ser engarrafado em Kent, Washington, e que vários outros projetos estão em obras.

Recursos hídricos do Alasca são surpreendentes, relata o pró-exportação Alaska Business Monthly. Por exemplo, sugere-se que, se um navio-tanque cheio Sitka milhões de galões por dia, isto ainda ser inferior a 10 por cento do seu consumo actual de água. Em Eklutna, Alaska, Brian Crewdson, assistente do gerente geral da Água Anchorage e Esgoto Utility, estima o potencial de exportação para ser tão alta quanto 30 milhões de galões (90 milhões de litros) por dia.

Ele relata que, em 1995, um navio-tanque Mitsubishi com tripulação assumir derivados de petróleo para o processamento no exterior também colocou um par de milhões de litros de água Eklutna para embarque para o Japão. Ele acredita que isso pode ter sido o primeiro carregamento de petroleiros de água para fora dos Estados Unidos e quando a palavra saiu, ele recebeu ligações de empresas interessadas em fazer negócios em Nova York, Washington DC, e Charleston, SC Crewdson acrescenta que há mais dinheiro na exportação de água a granel do que as exportações de água engarrafada.

Um empresário que está prestes a lucrar com a exportação de água do Alasca passou grande parte de sua carreira definição da política da água no setor público. Ric Davidge, presidente do Ártico gelo e água Exportações, trabalhou no Departamento do Interior dos EUA como presidente do Grupo de Política da Terra Federal e foi um conselheiro chave para ambos os governos federal e estadual nas operações de limpeza para o óleo da Exxon Valdez derramamento. Como diretor de água do Alasca, Davidge foi responsável por iniciar a comercialização de água do Estado e estabeleceu o quadro político que permitiu a exportação de água. Logo depois ele colocou as rodas de exportação em movimento, ele se mudou para o setor privado e começou um negócio de exportação de água. Ele agora é conhecido como "czar da água do Alasca."

Estados curriculum vitae mãos neles que ele dá uma "ampla gama de serviços de consultoria para empresas nacionais e estrangeiras em desenvolvimento em massa e exportação de água engarrafada do Alasca." Os clientes incluem empresas da Arábia Saudita, Taiwan, Alasca, Washington, Canadá, Coreia do Sul, Tanzânia, Japão , México, Califórnia e Nevada.

Há alguns que dizem que a exportação a granel de água é muito caro para ser economicamente viável e sugerem que o futuro está com a dessalinização. No entanto, o Banco Mundial aponta que o mundo já bateu todos os seus baixo custo, as reservas de água de fácil acesso; os custos financeiros e ambientais da obtenção de novas fontes, no entanto, eles são desenvolvidos, serão duas a três vezes mais do que aqueles de investimentos existentes ea demanda vai estar lá, mesmo que as fontes são caros.

Dessalinização


Enquanto a dessalinização será utilizado por alguns países, é um processo muito caro e é intensivo de combustíveis fósseis. Seria projectos de dessalinização maciças possível apenas para aqueles países com os fornecimentos de energia abundante, e seriamente para o aquecimento-a crise global já exacerbada por desvio de água doce.

Davidge aponta que o preço da água em uma base de dólar por unidade já é maior do que a gasolina refinada. "Tudo, desde refrigerantes a vinho francês para microchips vai ter muitas vezes mais caro do que as reservas de água potável da área são atraídos para baixo." Ele argumenta que a água dessalinizada é mais caro para produzir e ambientalmente mais destrutivo do que os carregamentos de água a granel em navios e bolsas de água .

Quebec empresário Paul Barbeau de Aquaroute, Inc., uma empresa "dedicada ao transporte de água a granel", concorda. Ele diz que a água pode ser facilmente exportado por navio petroleiro em prazo muito curto. Ele afirma que a sua antiga empresa, Tankers Enercem, ele se converteu e operou uma transportadora de gasolina em um carregador de água que foi utilizada para o transporte de água canadense para as Bahamas. "Captar água é fácil. Um navio flutuante pode simplesmente bombear o que pode ser declarado como uma água de lastro. Isso é feito diariamente em qualquer navio costeira ou de alto mar ou mesmo de forma mais simples com qualquer barca como já existem alguns sobre os Grandes Lagos. As ferramentas para exportação de água à tona já estão lá. O que está faltando é o desenvolvimento precisa na lei para evitar uma prática descontrolada. "

Mesmo alguns ambientalistas acreditam que a mercantilização da água e do comércio é inevitável. Diz Allerd Stikker, "Pode muito bem ser que, no início do século 21 a água limpa vai começar a se tornar uma grande mercadoria regional e inter-regional, a ser produzidos e comercializados em volumes jamais sonhadas hoje."

Especialmente à luz da globalização econômica, é um mito que grandes transferências transfronteiriças de água não são economicamente viáveis. A única diferença entre estes e outros mega-projetos é que a água se torna um produto de atravessarem as fronteiras. Esses megaprojetos são idênticos em fins de projetos de água domésticos e governada pela mesma análise econômica. Não há nenhuma razão para acreditar que os atuais maciços subsídios governamentais para a indústria e agronegócio vai acabar tão cedo. As empresas transnacionais que operam em indústrias intensivas em água vão esperar que os governos locais para encontrar e financiar o abastecimento de água de que necessitam antes de tomar decisões de investimento e produção.

Água Engarrafada TORNA GRANDE NEGÓCIO


Onde há uma demanda para o comércio de água através das fronteiras, já está bem encaminhado. O comércio de água engarrafada é uma das que mais crescem (e menos regulamentados) indústrias do mundo. Na década de 1970, o volume anual foi de 300 milhões de litros. Em 1980, esse número havia subido para 630 milhões de litros, e até o final da década, o mundo estava bebendo dois bilhões de litros de água engarrafada por ano. Mas esses números insignificantes em comparação com a explosão de vendas de água engarrafada nos últimos cinco anos, mais de 20 por cento ao ano. Em 2000, mais de 8 bilhões de galões (24 bilhões de litros) de água foi engarrafado e comercializado no mundo, mais de 90 por cento do que em recipientes de plástico não reutilizáveis.

No Canadá, a quantidade de água extraída por engarrafadores cresceu mais de 50 por cento em menos de uma década; engarrafadores, que pagam nenhuma taxa para a água que captura, tem o direito legal de extrair cerca de 30 bilhões de litros por ano-1.000 litros para cada pessoa no país. Quase metade do que é exportado para os EUA

Como a oferta de água doce do mundo torna-se mais degradado, aqueles que podem pagar, estão favorecendo o item embalados, mesmo que a água engarrafada é submetido a testes e padrões de pureza menos rigorosos que a água da torneira. Um estudo de março de 1999 pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais baseada nos Estados Unidos (NRDC) descobriu que muita água engarrafada não é mais segura do que a água da torneira e alguns é decididamente menos. Um terço das 103 marcas de água engarrafada estudados continham níveis de contaminação, incluindo vestígios de arsênico e E. coli e pelo menos um quarto da água engarrafada é realmente água de torneira engarrafada, segundo o estudo.

Ao lado dos gigantes da indústria, como Perrier, Evian, Naya, Poland Spring, Claramente canadense, La Croix e puramente do Alasca, existem literalmente milhares de empresas de menor porte agora no negócio. Assim, os grandes jogadores de refrigerantes estão entrando no mercado em massa. PepsiCo tem a sua linha de Aquafina e CocaCola acaba de lançar a versão norte-americana do seu selo internacional, Bon Aqua, chamado Dasani. CocaCola prevê que a sua linha de água, que é apenas processados ​​água da torneira e é vendido por mais do que a gasolina, irá superar a sua linha de refrigerantes dentro de uma década.

Essas empresas estão envolvidas em uma constante busca de novas fontes de água para alimentar o apetite insaciável do negócio e estão envolvidos no comércio de água por embarques de petroleiros e comprando os direitos da água dos agricultores. Nas comunidades rurais em todo o mundo, os interesses corporativos estão comprando terras agrícolas para acessar poços e, em seguida, seguir em frente quando os suprimentos estão esgotados. Na América do Sul, as empresas estrangeiras estão comprando água vastas extensões de deserto e até mesmo inteiras sistemas de água para manter o desenvolvimento futuro.

Às vezes, essas empresas deixam sistemas seco, em uma área inteira, e não apenas sua própria terra. Um debate feroz vem ocorrendo em Tillicum Valley, uma pitoresca área de frutas e vinho, em British Columbia. Claramente canadense Beverage Corp tem vindo a minar as águas subterrâneas da região de forma tão implacável que os moradores locais e os produtores de pomar dizem que a empresa é "esgotar a sua seca de abastecimento de água."

É claro que a diferença de renda global está espelhado no acesso desigual à água engarrafada. O NRDC relata que algumas pessoas gastam até 10.000 vezes mais por galão de água engarrafada do que eles fazem para a água da torneira. Para o mesmo preço de uma garrafa de "boutique" item de consumo, 1.000 galões (3.000 litros) de água da torneira pode ser entregue a casas, de acordo com a American Water Works Association. Ironicamente, a mesma indústria que contribui para a destruição da água pública fontes-, a fim de fornecer água "pura" para a elite mundial em plástico- não reutilizáveis ​​vende seu produto como sendo ambientalmente amigável e parte de um estilo de vida saudável

Desde o livreto Blue Gold

Um relatório especial emitido pelo International Forum on Globalization (IFG)

por Maude Barlow
Presidente Nacional, Conselho de Canadenses
Presidente, International Forum on Globalization (IFG)
Comissão sobre a Globalização da Água


Fonte traduzida pelo Google
Em Inglês HYDROPOLITIC Mahatma Gandi


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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Sioux: os homens - búfalo

Sioux: os homens - búfalo


Por 30 anos, eles lideraram a luta dos índios americanos para defender seu território, o Oeste dos Estados Unidos. Acabaram exterminados, vítimas do maior genocídio do século 19

O dia 25 de junho de 1876 amanheceu com cheiro – e gosto – de glória para o general George Armstrong Custer e seus 647 homens da 7ª Cavalaria. Finalmente, a caça aos índios que haviam se rebelado contra o governo dos Estados Unidos tinha chegado ao fim. Ao longo do vale do rio Little Bighorn, no atual estado de Montana, repousava o maior acampamento indígena já visto naquelas bandas. Na frente dos olhos da soldadesca, uma infinidade de tendas projetava-se num raio de mais cinco quilômetros. Estavam amontoados ali sioux oglalas, hunkpapas, sans arcs, minneconjous, brulés e cheyennes. Ao todo, cerca de 10 mil almas, sob o comando dos chefes sioux Touro Sentado e Cavalo Louco. A luta que se seguiu, conhecida como a batalha de Little Bighorn, entrou para a história da conquista do Oeste americano. E, claro, inspirou Hollywood em muitos filmes de bangue-bangue.

Segundo o plano original, Custer teria de encontrar os índios rebeldes, mandar um aviso para o forte, esperar pela chegada de outras duas colunas do Exército e, só então, avançar. Mas “cabelos-longos”, como era chamado pelos índios, transbordava de ambição. Em depoimento ao jornalista John Finerty, que, em 1890 publicou o livro War-Path and Bivouac (Em Pé de Guerra e Bivaque, inédito no Brasil), o general John Gibbon afirmou ter alertado Custer para que aguardasse por reforços. E o comandante teria dito: “Não, eu não esperarei”. A vitória sobre os índios seria sua glória pessoal. “Ele era implacável. Mudava de opinião o tempo todo e sempre achava que estava certo. Nunca pedia palpite a seus oficiais. A nós, restava obedecer”, relatou James Horner, cabo da 7ª Cavalaria e um dos sobreviventes do massacre, também em depoimento a Finerty.

A obediência ao chefe custou caro. Ao avistar o acampamento, o general ordenou o ataque sem pestanejar. De fato, foi um dia de glórias. Mas não para Custer. E, sim, para as nações indígenas. Como um formigueiro, mais de 3 mil guerreiros atiraram-se sobre os pouco mais de 600 soldados da 7a Cavalaria. Um pequeno grupo conseguiu fugir. Só que o general foi cercado. O índio Cavalo Vermelho, em depoimento recuperado em 1893 por Garrick Mallery, do Bureau Norte-Americano de Etnologia, contou que “136 sioux morreram”. A 7ª Cavalaria, porém, pagou um preço bem mais alto: 263 soldados morreram. Custer também foi assassinado. Essa batalha, entretanto, estava longe de ser decisiva. E os sioux estavam bem perto de seu fim como povo. “Essa rebelião indígena tem relação direta com a colonização do Oeste. Até por volta de 1840, os sioux, líderes da revolta, desfrutavam de uma boa convivência com os homens brancos”, diz o professor Michael Tate, especialista em nativos americanos, da Universidade de Nebraska, no Estados Unidos.

Caça e caçador


Antes dos colonizadores rumarem para o Oeste americano, os sioux viviam em paz – com a natureza e com os búfalos que dominavam aquelas planícies. Caçadores nômades, desfrutavam de total comunhão com os animais. Comiam sua carne e usavam sua pele para confeccionar as tendas, chamadas de tipis. Os búfalos tinham importância fundamental na cultura sioux. Uma índia, por exemplo, só era considerada uma boa mulher se soubesse esquartejar um búfalo, extrair sem danificar a pele e ainda preparar o pemicãn, uma iguaria feita da carne. Já para os homens a caça ao búfalo era um ritual de passagem da adolescência para a idade adulta. Não é à toa que a tribo ganhou o nome “siuks” dos outros índios que habitavam os Estados Unidos. A palavra significa homens-búfalo – e virou “sioux” na versão dos colonos franceses. O búfalo fazia parte ainda dos mitos daqueles índios. Eles acreditavam que, no início dos tempos, o povo sioux vivia no centro da terra com os búfalos. Quando vieram para a superfície, Wakan Tanka, o Grande Espírito, ordenou aos animais que servissem de alimento para a tribo. Mas advertiu os últimos: não deveriam caçar de forma desenfreada, pois no dia em que os animais desaparecessem da face da terra, os sioux também se extinguiriam.

A profecia tão improvável se cumpriu – de certa forma. Calcula-se que, em 1575, quando os colonizadores travaram o primeiro contato com os sioux, o número de búfalos nas pradarias americanas superava 75 milhões de cabeças. O explorador francês Jacques Cartier (1491 – 1557) relata em suas memórias que, numa ocasião, ele presenciou um estouro de manada que demorou um dia inteiro para passar diante de seus olhos. Em 1890, ano da derrocada sioux, os búfalos da planície não somavam mais do que 3 mil cabeças. “O processo de destruição dos índios americanos ocorreu de forma gradual. Começou em 1834, quando o governo empurrou todos os índios para oeste do Mississipi, decretando que, do rio em diante, a terra seria deles para sempre, o que não aconteceu”, diz o professor Tate.

O acordo não durou muito. Em 1843, cerca de mil colonos abriram a trilha do Oregon, violando o território indígena. Pouco depois, em 1846, os Estados Unidos declararam guerra ao México e suas tropas utilizaram as terras destinadas aos índios para chegar na área do conflito. Dois anos depois, foi descoberto ouro na Califórnia, e uma enxurrada de aventureiros em carroções penetrou em território indígena novamente. Durante este período, os colonizadores foram abocanhando o território das tribos e criaram os estados da Califórnia, Kansas e Nebraska. “Como resultado, no início de 1860, havia cerca de 300 mil índios nos Estados Unidos, pressionados por pelo menos 30 milhões de brancos”, escreveu o historiador Dee Brown, autor do clássico Enterrem meu Coração na Curva do Rio.

Vitória vermelha


O ano de 1862 marcou, de fato, o fim do sossego dos sioux, quando foi descoberto ouro nas montanhas Rochosas, em Montana, território da tribo. Em questão de dias, uma multidão de mais de mil mineiros garimpava as margens do riacho Gold Creek, perto da atual cidade de Salt Lake City. Para abastecê-los, uma rota de suprimentos acabou sendo aberta, o caminho Bozeman, assim chamado em homenagem ao pioneiro explorador da região, John Bozeman. A rota passava exatamente pelos campos de caça dos sioux, cheyennes e arapahos. As hostilidades entre brancos e peles-vermelhas tornaram-se então inevitáveis. Porém, a gota d´agua para os sioux, na época liderados pelo chefe Nuvem Vermelha, veio quando os invasores atraiçoaram Chaleira Preta, chefe dos cheyennes, que havia decidido não lutar mais e concordado em ir para a reserva indígena de Sand Creek. Lá, sua tribo, indefesa, acabou massacrada sob as ordens do coronel Chivington, um militar linha-dura que costumava dizer que índio bom era índio morto. A matança, ocorrida em 29 de novembro de 1864, foi tão injustificada que até mesmo o governo dos Estados Unidos instaurou um processo contra o coronel. Para os índios, no entanto, o julgamento já havia sido feito. Eles iriam à guerra, liderados por Nuvem Vermelha.

Ele conduziu uma guerra de guerrilha que fechou a rota Bozeman e obrigou o governo dos Estados Unidos a negociar. Em 1866, os dois lados sentaram-se na mesa de conversações. O local escolhido para o fechamento do acordo de paz foi o forte Laramie, no atual estado do Wyoming. No meio das negociações, Nuvem Vermelha presenciou a chegada de uma grande caravana de soldados armados. Irritado, levantou-se e declarou guerra sem trégua: “O Grande Pai Branco nos manda presentes e quer que nós lhe cedamos a estrada. Mas o Chefe Branco vem com mais soldados para roubá-la, antes que os índios digam sim ou não. A partir de hoje, enquanto eu viver, lutarei. Lutarei até a morte pelo último campo de caça de meu povo”, disse o guerreiro, conforme registrado por testemunhas em relato publicado posteriormente por John Finerty em sua obra.

Red Cloud - Nuvem Vermelha


E o chefe indígena não estava blefando. Nuvem Vermelha reuniu 3 mil guerreiros, entre eles dois jovens líderes: Touro Sentado e Cavalo Louco. O governo revidou à mobilização indígena construindo três fortes para vigiar a rota Bozeman. A situação ficava cada dia mais tensa, até a chegada do tenente-coronel William Fetterman. Em 21 de dezembro de 1866, o militar ordenou um ataque contra guerreiros indígenas que haviam capturado um comboio de madeira na rota Bozeman. O que o tenente não sabia é que os índios haviam lançado uma isca para atraí-lo até o acampamento. Cercado por mais de 2 mil guerreiros, Fetterman e seus homens foram mortos. Um ano depois, em 1888, o governo dos Estados Unidos, desgastado pela recente Guerra Civil (1861-1865), clamou novamente pela paz, chamando Nuvem Vermelha para conversar.

O líder sioux impôs seus termos: a estrada Bozeman seria fechada, os índios teriam direito a um grande território em Dakota do Sul para caçar e os fortes desapareceriam da paisagem. E mais: ocupariam as montanhas chamadas de Black Hills – ou Colinas Negras, o lugar sagrado dos ancestrais dos sioux. O governo dos Estados Unidos aceitou o acordo imediamente. Nuvem Vermelha havia conseguido uma vitória nunca antes conquistada por nenhum outro chefe indígena. Só que a tal vitória teve sabor amargo. Durante os anos seguintes, protegida pelo acordo de paz, a empresa Union Pacific construíu uma série de ferrovias ligando a costa leste à oeste. O trilhos passavam pelas pradarias do meio-oeste, onde habitavam os búfalos – o sustento dos sioux. Para se divertirem, os passageiros eram estimulados pela própria Union Pacific a passar o tempo atirando nas manadas. A matança foi tão indiscriminada que até o próprio general Custer, em seu diário, anotou que “as pradarias converteram-se num grande chiqueiro coberto por ossadas putrefatas de búfalos abatidos”.

O pior ainda estava por vir. Em 1874, espalhou-se o boato de que havia muito ouro nas Colinas Negras. O governo americano mandou, então, o general Custer confirmar o fato. Um ano depois, em 1875, tentou comprar as montanhas dos sioux. A proposta foi rejeitada. Isso, entretanto, não impediu os mineiros de assaltarem o território sagrado dos índios e iniciarem a garimpagem desenfreada. Nuvem Vermelha, então com 53 anos, tentou dialogar com o governo para a expulsão dos mineiros. Em vão. Touro Sentado e Cavalo Louco, os dois novos chefes, decidiram, então, tomar um atitude. Revoltados com a invasão, passaram a perambular fora das reservas indígenas, o que estava proibido pelo governo dos Estados Unidos. Era a desculpa que os militares precisavam. Em 7 de fevereiro de 1876, o Departamento de Guerra, alegando que os sioux que caçavam fora das reservas indígenas estavam “causando problemas”, enviou uma força militar para esmagar os rebeldes – incluindo aí a 7ª Cavalaria do general Custer.

O velho Nuvem Vermelha, que tentava uma solução pacífica, viu os jovens guerreiros unirem-se a Touro Sentado e Cavalo Louco. Os sioux rebeldes estavam, assim, de volta aos velhos tempos de nomadismo. A idéia era romântica demais para os novos tempos: como seus ancestrais, eles migrariam para onde estivessem os búfalos. A reação das autoridades foi rápida – e implacável. Custer, na vanguarda da força militar designada para suprimir a rebeldia indígena, passou a perseguir as tribos em marcha. O confronto, que culminou na morte do general Custer, finalmente ocorreu na manhã de 25 de junho de 1876, às margens do rio Little Bighorn.



“Desterrados”


Crazy Horse - Cavalo Louco


Os sioux venceram a batalha, mas não a guerra. Menos de um mês depois de Little Bighorn, como punição pela morte do general Custer, o general Sherman recebeu ordens do congresso para confiscar todas as terras indígenas. Nuvem Vermelha foi obrigado a assinar um acordo entregando as sagradas Colinas Negras, de certa forma, a pátria da nação sioux. A partir daí, eles viveriam confinados em uma pequena reserva ao sul. Touro Sentado e Cavalo Louco fugiram das tropas do governo durante um ano. Em 8 de maio de 1877, Cavalo Louco entregou-se. Preso no Forte Robinson, no Estado de Nebraska, acabou assassinado por um soldado em 5 de setembro daquele mesmo ano. Touro Sentado conseguiu alcançar a fronteira com o Canadá, onde ficou com seus homens até 1881. Depois de um inverno severo, quando vários de seus homens morreram, retornou aos Estados Unidos, foi anistiado pelo governo e colocado na reserva de Standing Rock, na Dakota do Sul.
sitting Bull - Touro Sentado

Famosos até os dias de hoje pelos ritos e crenças, os sioux, liderados pelo feiticeiro Wowoka, lançaram mão de sua última arma: a “Dança dos Espíritos”. Com a prática do ritual de seus ancestrais, eles acreditavam que a terra se abriria, tragaria o homem branco, traria novamente os búfalos e tudo retornaria ao que era antes. Os colonizadores, preocupados, viram na estranha dança um sinal de conspiração. Pensaram tratar-se de uma preparação para a guerra. No dia 29 de dezembro, em Wounded Knee, o Exército americano fuzilou velhos, mulheres e crianças. Ao final do massacre, centenas de índios sioux estavam mortos. “Wounded Knee foi a pedra final no extenso e doloroso genocídio praticado contra os povos nativo-americanos durante o século 19”, diz o professor Tate. A profecia havia se cumprido. Nem os búfalos nem os sioux habitavam mais as pradarias do Oeste dos Estados Unidos.

TOURO SENTADO e BUFFALO BILL


Quando Touro Sentado retornou para as reservas sioux, em 1881, havia se tornado uma lenda – para índios e homens brancos. Corria o boato de que ele tinha matado o general Custer, embora o chefe indígena nem tenha participado da batalha de Little Bighorn. Sua popularidade era tamanha que foi convidado para o evento de inauguração da ferrovia transcontinental Northern Pacific. Ao chegar lá, acompanhado de um intérprete, Touro Sentado não honrou o convite. Desfiou, em sua língua, impropérios contra a multidão: "Odeio toda a gente branca. Vocês são ladrões e mentirosos. Roubaram nossa terra e nos tornaram párias". O intérprete, claro, não traduziu ao pé da letra.

E a multidão explodiu em aplausos, conforme narra o historiador Dee Brown no clássico Enterrem meu Coração na Curva do Rio. Após o evento, Touro Sentado foi levado a 15 cidades americanas, como um animal em exibição. O governo queria que ele passasse o maior tempo possível longe das reservas indígenas para evitar rebeliões. Foi aí que Buffalo Bill, um renomado cowboy, resolveu integrar Touro Sentado ao seu show de variedades chamado Wild West Show – ou Show do Oeste Selvagem. Ele excursionou pelos Estados Unidos por quatro meses, ganhando 50 dólares por apresentação. Mas logo o chefe quis voltar para a tribo. Bill deu de presente ao velho índio um sombreiro e um cavalo branco adestrado.


Dança do Sol


A Dança do Sol era um dos mais sagrados rituais do sioux – e de todos os índios americanos. Acontecia no solstício de verão e durava até oito dias. A tribo acreditava que a dança purificava e renovava suas almas. Durante este período, era comum os guerreiros serem possuídos por visões. Touro Sentado, por exemplo, viu muitos soldados americanos mortos. E sua visão impulsionou os guerreiros em Little Bighorn, quando o general Custer foi morto. A relação com o mundo onírico era tão importante para os sioux que até mesmo seus nomes vinham de sonhos. Até os 16 anos, um índio sioux não tinha exatamente um nome. Os garotos e garotas eram amados de acordo com suas características físicas. Apenas quando atingiam a idade certa podiam aventurar-se nas Colinas Negras, onde permaneciam por dias em busca de sua visão. Era a montanha que lhes daria um nome. Cavalo Louco, por exemplo, recebeu este nome porque teve uma visão: um cavalo negro debatendo-se furiosamente.

Saiba mais


Livros


Indian Wars, Robert M. Utley, Simon & Schuster, 2002 - O historiador é um dos maiores especialistas em colonização do Oeste. Já escreveu, além deste livro, as biografias do general Custer e de Touro Sentado.

Enterrem meu Coração na Curva do Rio, Dee Brown, Melhoramentos, 2003 - Obra fundamental para entender a história dos índios americanos e sua luta pela sobrevivência no século 19. Um tratado sobre a conquista do Oeste.

Site
www.lakhota.com/stories/story.history.htm -

O site contém um dicionário com termos sioux e mantém uma livraria especializada e outros recursos, como um chat em lakhota.

Eu testei este link e ele esta dando erro, provavelmente o site está desativado. Pesquisarei outra fonte.



Do Conselho Indígena Inter-Tribal Norte Americano





Do Conselho Indígena Inter-Tribal Norte Americano, Cherokee Blackfoot, Cherokee, Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora, Sicangu Lakota Sioux, Crow , Northern Cheyenne


O Conselho Indígena Inter-Tribal Norte Americano, do qual participam as tribos Cherokee Blackfoot, Cherokee, Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora, Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana) aprovaram o seu mas que deveria valer para todos os seres humanos:

1. Levante com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com freqüência. O Grand e Espírito o escutará, se você, ao menos, falar.

2. Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância, o convencimento, a raiva, a inveja, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida. Ore para que encontrem o caminho do Grande Espírito.

3. Procure conhecer-se, por si próprio. Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.

4. Trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.

5. Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não foi obtido por esforço próprio nem foi dado, não é seu.

6. Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

7. Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem ridicularize-os, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito da livre expressão pessoal.

8. Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa que você colocar para fora no universo, voltará multiplicada a você.

9. Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados.



10. Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o otimismo.

11. A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte da nossa família Terrena.

12. As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e ágüe com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, de-lhes espaço para que cresçam.

13. Evite machucar o coração das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você.

14. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.

15. Mantenha-se equilibrado. Seu Mental, seu Espiritual, seu Emocional, e seu Físico, todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe o seu Físico para fortalecer o seu Mental. Enriqueça o seu Espiritual para curar o seu Emocional.

16. Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá. Seja responsável por suas próprias ações.

17. Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.

18. Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

19. Respeite outras crenças religiosas. Não force suas crenças sobre os outros.

20. Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.


Fonte:
http://www.comunidadebancodoplaneta.com.br/profiles/blogs/do-conselho-ind-gena-inter-tribal-norte-americano-cherokee



quinta-feira, 31 de julho de 2014

1º contato dos índios isolados com Funai no Acre

Faz um mês nesta terça-feira (29) que um povo indígena isolado estabeleceu o primeiro contato com indígenas da etnia ashaninka e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), na Aldeia Simpatia da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, no Estado do Acre, na região de fronteira do Brasil com o Peru.

Os grupos de índios isolados da região, que entre si se envolvem em conflitos armados, buscam proteção no lado brasileiro porque estão sendo massacrados por narcotraficantes e madeireiros peruanos.

Terra Magazine, em maio de 2008, mostrou ao mundo (veja) as primeiras imagens de um dos grupos de índios isolados que vivem na região, fotografado durante sobrevoo coordenado pelo sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, que chefiava a Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) da Funai. Dessa vez, o Blog da Amazônia obteve com exclusividade o vídeo inédito do primeiro contato, fotos e o relatório de campo da equipe da Funai.

Há mais de dois anos a FPE foi invadida por peruanos, os servidores da Funai bateram em retirada e desde então foi abandonada pelo governo brasileiro. O pessoal da FPE acompanhava a aproximação dos índios isolados desde o dia 13 de junho. O sertanista José Carlos Meirelles, que atualmente trabalha na Assessoria Indígena do Governo do Acre, tem participado dos contatos.

O primeiro contato com os índios isolados, sem auxílio de intérprete, foi estabelecido pelo índio Fernando Kampa de forma pacífica. Os ashaninka da Aldeia Simpatia se aproximaram e os isolados gesticulavam pedindo a calça de um servidor da Funai, que se aproximou juntamente com os ashaninka apenas de cueca


- Ao gesticularem pedindo comida, o indígena Fernando Kampa pediu que fossem apanhados dois cachos de banana e os deu aos índios, realizando assim o contato. No momento de entrega das bananas, também apareceu na margem contrária outro índio isolado que havia sido avistado na BAPE Xinane e também uma mulher com um saiote, possivelmente feito de envira, e com uma criança de aproximadamente cinco anos. A mulher entregou um jabuti ao indígena Fernando Kampa como forma de agradecimento ou troca pelas bananas – diz o relatório de campo da equipe da Funai.

Após o primeiro contato, de acordo o relatório, o indígena Fernando Kampa pediu que os ashaninka pegassem suas roupas para dar aos isolados e os chamou para o acompanhar até a aldeia Simpatia. “Mais uma vez não foi possível controlar os avanços dos ashaninka”. Segundo o relatório, as roupas estavam sujas, possivelmente com escarros, doenças sexualmente transmissíveis, que podem ter contaminado os isolados.

O fato é que o grupo de índios isolados contraiu gripe e se deslocou junto com a equipe da Funai para a base da FPE Xinane. O grupo foi convencido a permanecer na aldeia até que fosse encerrado o atendimento médico pela equipe mobilizada pelo geógrafo Carlos Travassos, da Coordenação-geral de Índios Isolados da Funai em Brasília.

Após a conclusão do tratamento, os indígenas retornaram para suas malocas, onde estão os demais integrantes de seu povo. De acordo com informações dos intérpretes que integram a equipe da Funai, os índios pertencem a um subgrupo do tronco linguístico pano.

A equipe da Funai encontrou uma pequena bolsa na qual os índios isolados carregavam cachimbo, camisas, caixa de fósforo peruano, embalagens de sabão peruano, uma carteira do Corinthians enrolada com pedaços de fios coloridos e com um pote contendo um líquido, provavelmente um anticoagulante que é aplicado na ponta das flechas. Havia também cartucho calibre 32, pólvora preta (marca Jacaré), uma espoleta, pacote vazio de sal (marca Caiçara), caucho (sernambi), três lâmpadas incandescentes, parafusos e porcas, que os isolados usam para carregar cartuchos da espingarda. O material foi todo devolvidos aos isolados.

Os índios isolados, que prometeram regressar com familiares no prazo de luas -mais ou menos no começo de setembro-, neste domingo (27) decidiram antecipar. Um grupo de oito isolados se estabeleceu na Aldeia Simpatia, incluindo uma criança.

O índio Zé Correia, da etnia jamináwa, chamado pela Funai como intérprete, contou que os índios isolados preferiram não se identificar porque temem ser alvos de novas correrias (matança organizada de índios) por parte de outros grupos indígenas isolados.

- Mas a situação mais grave envolve os narcotraficantes e madeireiros peruanos. A maioria desse grupo contatado é de jovens. A maioria dos velhos foi massacrada pelos brancos peruanos, que atiram e tocam fogo nas casas dos isolados. Eles disseram que muitos velhos morreram e chegaram enterrar até três pessoas numa cova só. Disseram que morreu tanta gente que não deram conta de enterrar todos e os corpos foram comidos pelos urubus. Nosso povo jamináwa compreende a língua dos isolados e nós vamos acompanhar. O governo brasileiro precisa fazer algo para defender esses povos. Eles disseram que existem outros cinco povos isolados na região e que são grupos bastante numerosos. Apesar das diferenças e dos conflitos que existem entre esses grupos, todos são perseguidos pelos brancos peruanos. Qualquer dia todos esses povos podem procurar o Brasil em busca de proteção. A Frente de Proteção Etnoambiental da Funai precisa de total apoio. Vai ser impossível se fazer algo apenas com as mãos e as unhas. Não podemos ser cúmplices de genocídios – apelou Correia.

A equipe da da Frente de Proteção Etnoambiental Envira Envira, entre os dias 17 e 30 de junho, produziu um relatório preliminar de campo denominado “Desenvolvimento das atividades Aldeia Simpatia”. Veja o que foi relatado sobre o que aconteceu na aldeia nos dias 29 e 30 de junho:

29/06/2014 – domingo

Durante todo o dia ocorreu a tradicional caiçumada dos Ashaninka e no final da tarde, por volta das 16:00, o téc. em enfermagem, Francimar Kaxinawa, retornou às pressas de seu banho no rio e informou a equipe da FUNAI (Marcelo Torres) que os isolados estavam gritando no barranco à margem oposta da praia da aldeia Simpatia.

Outras crianças Ashaninka também ouviram e chamaram rapidamente os adultos que estavam na caiçumada. Neste momento, os indígenas Ashaninka seguiram correndo pela praia até chegarem próximos aos isolados, liderados pelo indígena Fernando Kampa. Todos os Ashaninka aparentavam estar bêbados e bastante alterados.

Um dos indígenas da aldeia Simpatia, Gilberto Kampa, havia subido o rio pouco tempo antes para arrancar macaxeira e após ver os isolados ficou ilhado no roçado. Sua esposa veio até a aldeia chorando e pediu para que fossemos busca-lo. Além de Gilberto, estavam com ele 2 de seus filhos com idade entre 3 e 5 anos.

Os isolados gritavam e gesticulavam, onde foi possível ouvir nitidamente a palavra “camisa” e batendo na barriga como quisessem dizer que estavam com fome. No momento da aparição, estava presente apenas o servidor Marcelo Torres da FUNAI e sendo que Meirelles, Artur e Guilherme estavam mais abaixo no rio Envira pescando.

Não foi possível conter os Ashaninka para aproximação com o grupo isolado, que a princípio se apresentou com 4 índios, os mesmos avistados na BAPE Xinane. Seguiam portando 1 espingarda e os demais com arcos e flechas.

Os Kampas se aproximavam mais e os isolados gesticulavam pedindo a calça do servidor Marcelo Torres, que se aproximou juntamente com os Kampa sem a calça, apenas de cueca. Ao gesticularem pedindo comida, o indígena Fernando Kampa pediu que fossem apanhados dois cachos de banana e os deu aos índios, realizando assim o contato.

No momento de entrega das bananas, também apareceu na margem contrária outro índio isolado que havia sido avistado na BAPE Xinane e também 1 mulher com um saiote possivelmente feito de envira e com 1 criança de aproximadamente 5 anos. A mulher entregou um jabuti que foi entregue ao indígena Fernando Kampa como forma de agradecimento ou troca pelas bananas.

Após este contato, o indígena Fernando Kampa pediu que os Ashaninka pegassem suas roupas para dar aos isolados e os chamou para o acompanhar até a aldeia Simpatia, onde mais uma vez não foi possível controlar os avanços dos Ashaninka. As roupas dadas estavam sujas, possivelmente com escarros, DST’s, etc., que podem ter contaminado os isolados.

Na chegando a praia da aldeia Simpatia, também havia acabado de chegar os servidores Artur e Guilherme, juntamente com Meirelles. A equipe tentou conter os isolados e os Kampa que chegaram a ligar o motor do barco da FUNAI para buscar o indígena Gilberto Kampa no roçado, mas foi praticamente impossível até que Fernando Kampa foi contido após ríspida discussão com a equipe da FUNAI.

Chegaram a aldeia apenas 3 dos índios isolados e os demais permaneciam no barranco à margem contrária. O indígena Fernando Kampa pediu para sua esposa trouxesse caiçuma para os isolados e ao chegar na praia, o servidor Marcelo Torres orientou ao médico da equipe de saúde, Neuber, que chutasse a cuia impedindo que a bebida chegasse até os isolados.

Após este momento, os índios começaram a subir para a aldeia e saquear as casas dos Ashaninka que permaneciam passivos, bêbados, sem qualquer espécie de reação. Foi preciso que a equipe da FUNAI intervisse e impedisse que todas as casas fossem saqueadas. Meirelles precisou ser mais ríspido para que um dos isolados deixasse parte do que iria saquear no chão. Quando eram mostradas armas, os isolados se mostravam extremamente nervosos e agitados, gritando “Shara”.

Depois deste momento de saque, a equipe da FUNAI conseguiu conter um pouco os isolados e os acalmar, sendo possível ver os isolados arremedando animais da mata e também cantando. O servidor Guilherme tentou realizar o contato urgente com Brasília e Rio Branco e não obteve resposta.

A equipe seguiu conversando e tentando manter contato com os isolados para acalmá-los, mas em determinado momento, o grupo isolado ouviu um arremedo de nambu azul vindo da mata próxima ao Ig. Simpatia e se agitaram, gesticulando como se tivessem sido flechados.

Com o cair da noite tornou-se ainda mais difícil conter o grupo e novos saques foram realizados nas casas dos Ashaninka. Pouco tempo depois, chega a aldeia Simpatia pela mata o indígena Gilberto Kampa com seus filhos, assustado e informando que haviam outros índios escondidos na região do roçado.

Na tentativa dos servidores de conter os saques, os mesmos eram ameaçados com flechas. A equipe tentou fazer uma fogueira e sentar com os isolados, mas pouco depois o grupo de isolados desceu e saiu correndo pela praia no sentido do barranco onde estavam os demais índios.

Após o contato e a saída dos índios, as equipes da FUNAI e da Saúde realizaram escala de vigília durante a noite em caso de nova investida dos isolados. Durante o período da noite e madrugada, apesar da vigília, os isolados cortaram todas as cordas das ubás e afundaram uma das voadeiras da FUNAI com motor.


30/06/2014 – segunda-feira

Por volta das 7:00, os Ashaninka que tinham descido na praia do simpatia nos informaram que os índios isolados estavam descendo novamente rumo a aldeia, descemos na praia e montamos um esquema para impedir que eles subissem novamente para realizar saques. Uma equipe ficou na frente e outra com espingardas atrás. Orientamos que ninguém ficasse sozinho frente aos isolados, mantendo sempre um numero maior que eles. Eles utilizaram a ubá do Gilberto Kampa (tinha deixado no rocado) para atravessarem o rio.

Atravessaram o rio Envira e deixaram a ubá na praia localizada acima da aldeia. Estavam em 04 pessoas. Eles se deslocaram pelo rio até a praia.

Ao chegarem à praia da aldeia Simpatia já foram logo pedindo coisas, tipo camisas e panelas. Não foi fornecido. A equipe da FUNAI manteve um dialogo através de gestos calmo e tranquilo. Eles subiram o barranco, mas foram contidos antes de entrarem na aldeia. Qualquer investida era contida mostrando as armas, o que os deixavam bastantes nervosos. Meirelles tinha esse papel de impedir a entrada deles, quando tentavam entrar na aldeia ele gritava, assoprava e mostrava a arma.

Foi tentado realizar trocas com os isolados, do tipo mostrávamos um terçado e pedíamos uma flecha, mostrávamos artesanatos (eles demonstravam grande interesse) e pedíamos algum ornamento deles, mas nenhuma troca obteve sucesso.

Ao perceberem que não obteriam sucesso nos saques, pediram algo para comer, foi dada banana, macaxeira cozida, coco e carne assada, sendo que só comeram as bananas. Desconfiavam de tudo que dávamos para eles comerem. Eles abriram os cocos, tomaram um pouco da água e deram o restante para a equipe que ficou a frente na contensão.

Num certo momento o servidor Artur fez um cigarro de tabaco e acendeu em frente aos isolados, eles ficaram bem exaltados e pediram o tabaco e o isqueiro. O tabaco foi fornecido, eles pegaram, cheiraram e pediram para que Artur desse o cigarro feito. Artur forneceu o cigarro, eles deram algumas puxadas e guardaram para mais tarde. Artur tentou trocar o isqueiro por uma flecha, mas os isolados não quiseram.

Fernando Kampa apareceu num certo momento tirando algumas fotos bem de perto, ao bobiar por um minuto, estava mostrando o funcionamento do isqueiro, um isolado tirou a câmera do Fernando que estava no bolso e foi embora.

Ao perceberem que não obteriam sucesso nos produtos industrializados resolveram ir embora. O tempo de permanência foi de 1:30 h no barranco da aldeia Simpatia. Ao sair um indígena isolado espirrou, ao entrar no rio o mesmo deu uma tossida.


É necessário amansar os brancos

Ivana Bentes

Documento de cultura, documento de barbárie é a primeira coisa que vem a cabeça vendo os relatos dos indigenistas e agentes que participaram dos contatos com os índios isolados do Acre. A própria forma de percebê-los ganha materialidade nos confrontos com o Estado: avistamentos, vestígios, confrontos armados, mortes dos “isolados”, mortes dos moradores brancos, conflitos com narcotraficantes, etc. O que acontece depois do contato? Muitos vão morrer pela simples proximidade e contágio com as gripes e doenças corriqueiras dos brancos. Como se preparar para o encontro, que estratégias, qual o melhor momento?

É sintomático que os contatos se intensifiquem quando as terras indígenas são comprimidas, pelo desmatamento, pressão de madeireiros, mineradoras, prospecção de petróleo, tráfico de drogas, missionários. Os índios isolados “fazem contato” numa situação critica como disse o antropólogo Terri de Aquino.

Indios ”isolados” de quem? Não somos isolados, bravos, invisíveis, cercados, somos resistentes. Vocês não acham a gente, índio já está ali desde sempre, é como o jabuti na floresta, ninguém acha o jabuti, só encontra quando ele está passando disse o indígena Jaminawá José Correia na sessão emocionante de apresentação das imagens inéditas do contato com os “índios isolados” mostradas pela FUNAI durante 66ª Reunião Anual da SBPC, no Acre. Ele acompanhou os primeiros contatos da FUNAI na Aldeia Simpatia da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, na região do Acre de fronteira do Brasil com o Peru.

O depoimento continua dizendo: “os indios não são “isolados” são livres e circulam porque não sabem dessas fronteiras que os brancos inventaram, não tem indígena do Peru, do Brasil, da Bolívia, nós somos o mesmo povo. Não queremos ser mandados, queremos ser parceiros da FUNAI para ajudar os parentes isolados.”

No vídeo apresentado vemos as imagens de garotos indígenas muito jovens no primeiro encontro, tenso e com um misto de celebração e desespero dos agentes do encontro: “papa não, não pode! No, no, no! Panela, não! Não, tem doença!" quando pegam uma muda de roupa. A aproximação pelo oferecimento de comida. O interesse dos indígenas pelos terçados, machados e também gestos de impaciência com as reprimendas e ansiedade dos brancos!

O Estado brasileiro (ou qualquer estado) está preparado? A missão foi exitosa, diz Carlos Travasso, mas as condições precárias da FUNAI, a burocracia, a dificuldade em trabalhar em cooperação entre Brasil, Peru, Bolivia, os desafios da Pan Amazônia se impõem. Numa infinita remediação de um campo e uma situação que precisa de atenção mais do que urgente e que sofre retrocessos constantes. “Só queremos viver” disse um dos indígenas.

Foi uma sessão emocionante e histórica com antropólogos, estudantes, agentes da Funai, e indígenas na SBPC em Rio Branco-Acre. Ouvimos os relatos do antropólogo Txai Terri Aquino, do indígena Jaminawá José Correia, do antropólogo de Porto Maldonado, no Peru, Alfredo Gárcia Altamirano, de Carlos Travasso, da Coordenação-geral de Indios Isolados da Funai e de outros indígenas da região.

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Funai e Min. Saúde pactuam para a proteção de índios isolados



A reunião entre a Fundação Nacional do Índio e o Ministério da Saúde ocorreu na última sexta-feira (18) no Ministério da Saúde, entre o ministro da saúde, Arthur Chioro, e a presidenta da Fundação Nacional do Índio - Funai, Maria Augusta Assirati. Participaram do encontro o secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena - Sesai, Antônio Alves, o sertanista José Carlos Meirelles, assessor da Secretaria Indígena da Secretaria Especial do Meio Ambiente do governo do estado do Acre, o médico da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Douglas Rodrigues, representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, além do coordenador geral de índios isolados e recém contatos da Funai, Carlos Travassos.

Na pauta, as próximas ações que devem ser adotadas pela Funai em parceria com o Ministério da Saúde, em caso de retorno dos isolados do Alto Rio Envira. No último dia 26 de junho, o grupo estabeleceu contato com indígenas do povo Ashaninka da aldeia Simpatia, na Terra Indígena Kampa, onde estavam presentes servidores da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Envira da Funai. Na ocasião, a Fundação, com apoio da Sesai, deu início à execução de um plano de contingência para proteção dos indígenas. "Esse plano precisa ter prosseguimento. Nossas equipes devem estar preparadas para agir, caso o grupo volte ao local e demande ou precise de qualquer tipo de apoio", destacou a presidenta da Fundação durante a reunião.

Durante o contato estabelecido pelos indígenas, todo o grupo contraiu gripe, tendo recebido pronto atendimento médico da equipe de indigenistas, sertanistas, e profissionais de saúde que estava no local. Contudo, essa situação é preocupante, pois "como eles têm pouquíssima imunidade, o quadro poderia ter evoluído para uma pneumonia, colocando-os em risco de morte. Além disso, temíamos que o grupo do contato, composto por sete indivíduos, pudesse contagiar os demais integrantes de seu povo ao voltar gripado para a aldeia onde residem. Tivemos êxito, pois agimos na hora certa e conseguimos medicá-los antes de um eventual agravamento do quadro", relatou Dr. Douglas, médico que prestou atendimento aos indígenas na ocasião. A equipe da FPE Envira e o sertanista José Carlos Meirelles vinham acompanhando a aproximação dos índios isolados desde o dia 13 de junho. Por isso, foi possível adotar rapidamente medidas para a proteção do grupo.

Durante a reunião, ficou pactuado que as equipes da Funai e do MS retornarão à área no próximo mês para vacinar contra a gripe o maior número possível de indígenas desse grupo. Para o Dr. Douglas, "chegando a tempo e montando uma estrutura, é possível ter um resultado positivo".

Para o ministro Chioro, em casos como este, onde a situação é extraordinária, é importante estabelecer estratégias em parceria com a Funai, bem como ter equipes preparadas para prestar os serviços de saúde e também para estabelecer uma relação adequada com a população indígena. "É preciso que tenhamos mais gente envolvida e capacitada para prestar atendimento aos indígenas, em especial nestes casos de emergência, como o que aconteceu agora no Acre", enfatizou Chioro.

Os órgãos presentes voltaram a ressaltar a importância de estabelecer um processo de formação em indigenismo para profissionais de saúde. Nesse sentido, uma ação que será imediatamente implementada é a publicação da portaria interministerial que estabelece estratégias e protocolos para casos de atendimento aos indígenas de recente contato, e casos de atendimentos emergenciais em situações de contato.

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Fonte FUNAI